Sobre ser/vir de verdade...

I'm thinkin' bout how
People fall in love in mysterious ways...

Estou pensando em como
As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas...

Ao menos uma vez na vida nós teremos momentos em que iremos sofrer ou fazer alguém sofrer. Por mais triste ou egoísta que isso possa parecer, essa é a maior verdade sobre relacionamentos. Todo mundo já teve aquele amor não correspondido, independente do sentimento ter sido só seu ou só de outro alguém. Eu já sofri, fiz sofrer e achei que nunca iria saber qual dos personagens dói mais, se é o de vítima ou o de agressor.

Eu resolvi amar novamente. Não que possamos escolher quando vamos amar, mas quando percebi que esse turbilhão de sensações estava se aproximando, me permiti sentir cada uma delas. Tinha sido tudo diferente desde o início e eu resolvi me iludir que, ao menos dessa vez, poderia dar certo. E estava dando, até demais. Eu estava vivendo momentos maravilhosos, sentindo as mais diversas emoções e, o principal, amando. Eu, com toda minha intensidade, já estava falando meu mais apaixonado eu te amo para um cara sem sequer esperar uma resposta dele, só um beijo como o da cena final do meu filme favorito.

Eu estava achando uma delícia me entregar, depois de tantas feridas que o amor tinha causado em mim. Eu tinha cicatrizado todos os cortes e estava decidida a dar mais uma chance pro meu cupido. Ele respondia todas as minhas investidas e se mostrava cada dia envolvido também. Ele se preocupava comigo, cuidava de mim, me enchia de beijos apaixonados, nós já estávamos andando abraçados ou de mãos dadas e até beijos na testa (que ele dizia que não iria me dar) eu estava recebendo. Nos dias em que eu ia vê-lo, as horas pareciam séculos. Eu me arrumava para ele e, quando ele estava ali, real, presente e lindo, eu suspirava profundamente e sorria, até com os olhos. Já não era segredo pra ninguém que eu estava com ele e cada dia mais envolvida. Estava tudo perfeito para mim, até o dia que ele decidiu ou descobriu que não me amava. Eu achei que ele me amava, todo mundo achava que ele me amava. Ele achava que me amava...

Tudo desmoronou e, mais uma vez, eu me vi amando sozinha em um relacionamento que só existiu nas minhas idealizações. Foram os três meses mais intensos que já vivi. Três meses mais felizes que toda a vida de muitas pessoas por aí. Passei por todas as fases que uma desilusão nos causa: Tristeza, ódio, decepção, raiva etc, etc, etc... De algumas coisas não nos livramos, só aprendemos a conviver com elas, e a lembrança é uma dessas coisas.

O fim da minha história de amor não foi dos melhores e eu ainda gosto desse cara que, hoje descobri que sente dó de mim por eu sentir tanto. Por fim, eu só quero lembrar que machucar e ser machucado é quase uma condição da vida. Todos estamos sujeito a isso e, infelizmente, não podemos evitar. Vamos seguir, entre mortos e feridos, até encontrarmos a reciprocidade, pois essa, no final das contas, é a graça de sentir.