If you need someone to believe in
If you're reaching for a hand to guide you home
Just take my hand and I won’t let you go
I hope you know...
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Vamos tomar um café? Não, não. Café não. Não gosto de café. Mas
que tal uma cerveja? Um suco, sei lá. Vamos andar um pouco, sentar ali naquele
barzinho e colocar a conversa em dia, nossas vidas em dia. Eu sinto a sua falta
de vez em quando. Mas tudo bem, não precisa dizer o mesmo só por educação.
Estou dizendo porque me deu vontade e porque hoje o meu horóscopo disse para eu
não desperdiçar nenhuma chance. Se eu sentir algo, é pra falar. Se eu tiver uma
ideia, é pra colocar em prática. Se houver vontade, é pra escrever. Sem medo.
Antes que eu deixe todas essas oportunidades irem embora.
Eu nunca parei de te escrever cartas por vontade,
sabe? Mas por me sentir egoísta demais continuando a te escrever sobre todas
essas coisas. Talvez não tenha sido coragem, mas sim covardia invadir a sua vida
com todas essas palavras. Hoje eu parei para pensar em todos os antigos
textos em que eu te deixava sem realmente te deixar. Mas tudo bem, esse
é um texto diferente. É sobre mudar, é sobre amadurecer ou talvez sobre nada
disso. Talvez eu descubra no final.
Eu sempre admirei infinitamente a facilidade que
você tinha com as palavras enquanto eu me esforçava absurdamente para soar
delicada e usá-las da maneira correta, da maneira que expressasse exatamente o
que eu queria dizer. Eu nunca fui boa nisso. Eu ainda não sou boa nisso. Eu
perdi um cara esses dias, sabe. Eu tentei ser boa com ele. Eu tentei não
cometer os mesmos erros e tudo mais, mas eu descobri que nada nunca é bom o
bastante. Talvez não era pra ser, né?
É quando o mundo vira de ponta cabeça que eu
sinto mais ainda a sua falta. Fico esperando para ver se você não vai aparecer,
ligar, mandar uma mensagem ou me chamar no chat do Facebook pra salvar a minha
vida. Mas a falta que eu sinto hoje não é a mesma que eu sentia antes. E eu
sinto falta de sentir a sua falta. Às vezes eu acho que quando a gente tá com
alguém, a gente se torna tanto esse alguém, fica tão igual a esse alguém, que
parece que não vamos nos encaixar em outro alguém nunca mais. É como se nós
fôssemos peças de um mesmo quebra-cabeça e, quando nos separamos, as peças não
encaixam em outro de jeito nenhum.
Mas como é que se molda novamente pra caber em outro? Como é que
se abandona uma vaga que não é mais sua? E se a gente desaprendeu a ligar o
carro e seguir em frente? E se eu não sei mais pra qual marcha eu devo trocar?
Como é que a gente vira infinito não sendo música? Como é que eu te faço
infinito além de aqui, nesse texto?
Não tenha medo desse texto. Eles, que eram rotina, não são mais
tão frequentes como antes. E não voltarão a ser. É só um texto. Mesmo um texto
nunca sendo só um texto. Nem toda história é verdade, nem toda letra é saudade,
nem todo amor é poesia, nem toda festa é folia. No fim das contas, eu só quero
que você esteja bem. E feliz. E saudável. E amado. E amando. E vivendo.
Acho que esse texto é só pra dizer que eu te
transformei em infinito. Para que nesses dias em que ninguém vale a pena, muito
menos um texto, eu escreva sobre você. Porque tem dias que nenhum deles vale,
mas você sempre vale. E mesmo que nós não tenhamos sido infinitos, eu
espero que um dia alguém seja infinito para você.