Não seria eu...


Se não fossem as páginas cheias de histórias
e todas as memórias que já fazem anos
se não fosse o excesso de planos, não seria eu. 

Se não fosse a vontade de comer doce todos os dias
o mexer a perna toda hora como uma mania
se não desse errado, não seria eu. 

Se não fosse a ironia irritante
os gestos dançantes e a risada escandalosa
se não fossem os cachos, não seria eu.

Se o fato é que você não entende nada do que eu falo
vou ser bem direta, às vezes nem eu entendo
mas eu sempre tento, porque sou assim. 

Você pode por horas tentar entender
se o que escrevo é para valer ou 
se são só loucuras que escrevo para mim. 

Se não fosse o Desafiando Lógicas e o mês de setembro
e o louco medo de que palhaços 
venham para o meu lado. 

Se não fosse eu bancando a escritora
se eu não insistisse em ver a vida como um filme em que sou a diretora, 
se não fossem as histórias que deram errado e viraram textos para depois dar certo
se não fosse o certo que virou errado e todos os medos e as confusões
se não fosse o John Mayer e o Los Hermanos, não seria eu.

Se não fosse a faculdade de Ciências Sociais
aquela música que nunca tocou ou 
a mania de guardar tudo feito um colecionador
não fossem os sonhos, não seria eu.

Se não fosse aquela casa marrom e o batom vermelho
o vício musical, o sorriso constrangido
o ter que soletrar meu sobrenome, não seria eu.

Postagens mais visitadas deste blog

(Res)Sentimentos

O (super)estimado felizes para sempre

Sobre perder aonde queríamos voltar